Por ela a
pele pelou.
Aqueceu
quente
com carinho
e clamou.
Quis e foi-se fértil,
com fome mesmo sendo sabor.
Pela pintura pura dos pés,
andou, andou,
amou um monte chão,
e chato não teu andar, mas olhar ficou.
Do descanso, o canto calmo de vida.
Viu noites netunas, saturnas, compridas.
Imaginou,
despiu,
viveu,
subiu.
Flutuou e flertou forte uma flor em céu de paixão.
Acordou,
rezou,
partiu e andou,
andou,
até voltar a amar,
a clamar pele pelada,
nua,
sua,
sempre a mesma de imensidão.
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Como queria
Como queria ver a poesia nua,
sem vírgula,
sem letra,
sem dia,
sem alma,
viva e flutuando em ar de meio dia.
Queria vê-la para ter a certeza do teu bem em meu corpo,
que solto ao vento passaria
a brincar com o tempo,
tudo de novo,
de noite,
junto à poesia do meio dia.
Como queria ter poesia,
entre dedos, falante, em alegria.
Poesia que encantasse seios,
Boca, medos
Calafrios.
Só para ser sol de meio dia.
Como queria ter metade de dia com tudo que há na poesia.
Sua forma informal, seu mel, seu sal.
Seu jeito meu, teu, dentro do nosso quintal.
Acordando tarde, do nosso lado, ao meio dia.
Como queria ter o meio do dia para ser aquilo que és uma poesia.
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Quando um sorriso persiste em te atingir
é porque dele há ainda espaço para paixão.
Nele ainda existem sabores de uma vida
que ao nascer em risada
faz o mundo girar,
girar
e voltar onde tudo se iniciou.
Há boca,
lábio, rosto,
que na essência do recente
és uma lacuna morta tão presente no coração.
E todo dia,
em noite fria,
tarde de sol e óculos,
tudo é magia
nesse soluço engraçado
de solidão.
Transcende,
aliás,
pule do espaço alado
e saberás do que falo.
Saberás encontrar-se
dentro desse sorriso,
que encanta
e ilumina
tudo que se esconde no escuro da imaginação.
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Forçou-me
a cometer
um erro
para
sempre.
Forçou-me
a viver
com peito
cheio
de amor
indecente.
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Quebrar a barreira do seu dia.
Entrar para sempre no seu boa tarde.
Equilibrar cabeça para não perdê-la.
Sobrecarregar o egoísmo de gratidão.
Mudar de voz e ficar mudo para sempre.
Defeito meu de sempre conseguir saber outras chantagens sobre você.
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Arrepio
O arrepio,
de tão forte que vem,
não gera estranheza no corpo…
…………………………o projeta para o infinito dos sentimentos de prazer mítico,
sem Deus,
com anjos, às vezes,
do jeito que quiser
e dependência de como se sente a transmissão.
O arrepio,
ao entrar no coração,
transmite raios de loucura,
de insanidade,
fazendo-o amar incondicionalmente…………………………..
toda e qualquer forma de boca e seus dentes de alucinação.
É, arrepio!
Tu és pureza,
na descarga da alma em pele,
na passagem da alma pelas milhares de bolinhas………………………..
que brincam de entregar sensações tão profundas quanto a própria alma.
Não há quem não seja indefinido no arrepio.
Não há quem não se esfrie,
Se esquente.
Paralise por ele.
Arrepiante